segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Arlindo Fagundes fala de decisões e decepções na vida política, admite mudança em 2013 e revela que vice e nada é a mesma coisa



Amado por uns, odiado por outros. Arlindo Fagundes Filho, poderia ser conhecido apenas pelo seu perfil trabalhador não fosse sua personalidade forte e disposição em deixar claro suas convicções.

Como a maioria dos "cubatenses", não nasceu nas terras de Afonso Schmidt mas adotou e foi adotado pela cidade. Natural do estado da Bahia, Arlindo aposentou-se após 30 anos serviço público prestados à Prefeitura de Cubatão.

Durante este período, teve forte atuação junto ao grêmio dos servidores públicos, sendo inclusive um de seus presidentes, também ligado ao CAMP (Círculo do Menor Aprendiz de Cubatão), presidiu a instituição e comandou uma grande estruturação  no órgão. 

Em 1999 á convite de amiga Marilda Canelas, filiou-se ao PSB e no ano seguinte foi eleito depois de uma modesta campanha, vereador pelo partido. Seis meses após assumir o cargo, foi a tribuna da câmara e anunciou o fim de sua carreira na casa de leis, decepcionado com a falta do poder de decisão e com os frequentes pedidos que recebia em seu gabinete, na maioria solicitações particulares segundo ele.

Após cumprir seu mandato na câmara, licenciou-se de seu partido para coordenar a campanha de reeleição do então prefeito Clermont Castor. Aliado a administração do médico chegou a ser nomeado secretário de educação no governo, mas pediu exoneração do cargo após 17 dias a frente da pasta, segundo Arlindo a falta de posição e liderança do prefeito motivou a sua ação, já que não viu na prática que não conseguiria por conta dessa "omissão" colocar nenhum dos projetos que tinha em prática.

A volta por cima de Fagundes, veio no final de 2006, apontado como um dos principais nomes para a disputa rumo ao executivo ganhou força ao vencer as eleições internas do PSB e voltar a liderar a sigla  na cidade, o que motivou uma desfiliação em massa do grupo de empresários G40, derrotado na disputa.

Aclamado pelos correligionários, chegou a lançar sua pré candidatura rumo ao palácio Piaçaguera, mas por decisão de seu grupo de apoio, aliou-se à então vereadora de oposição, Profa. Márcia Rosa e abriu mão do objetivo principal para ser candidato a vice.

A frente da campanha, viu a dobradinha sair vitoriosa com direito a recorde de votos, comandou a transição de governo, porém cerca de 6 meses depois, entrou em litígio com a prefeita e anunciou oficialmente o rompimento. 

Segundo Arlindo ao não concordar com diversas ações da administração, passou a ser visto como uma ameaça dentro do próprio governo e aos poucos teve poderes restringidos, com a exoneração de funcionários ligados a seu gabinete, troca de secretários indicados por seu partido sem o seu consentimento e ordens para que seus pedidos não fossem atendidos.

Nesse período, foi alvo de diversas denúncias e acusado de receber ilegalmente o subsídio de vice prefeito já que recebia já da caixa de previdência sua aposentadoria como servidor público. Além disso teve o seu salário com incorporações de funções administrativas exercidas ao longo dos governos em que participou, revelado por meio de seu holerite, distribuído livremente pela cidade.

Alvo de diversas acusações, Arlindo revelou que teve ainda seus telefones bloqueados por diversas vezes, e que chegou a pedir até mesmo auxilio à polícia federal buscando resolver o problema.

Em meio a esse turbilhão, viu seu nome despontar em pesquisas eleitorais mais uma vez e despertou o interesse do PSDB, principal opositor do partido da atual mandatária do município, o PT.

Em um novo momento, filiou-se ao partido tucano e ensaiou vôos altos mais uma vez, porém viu suas pretensões ruírem com a também filiação do ex-prefeito Nei Eduardo Serra e a proposta da coordenação do grupo da realização de uma pesquisa interna de popularidade, envolvendo o nome dos pré candidatos.

Os números revelados, deram ao ex prefeito 47 pontos contra 28 de Arlindo e decretaram sua saída do PSDB e possivelmente sua última tentativa de disputa de um cargo público. Na eleição de 2012 figurou dentre os principais articuladores do candidato Pedro de Sá, dessa vez com uma participação mais tímida, mas, presente.

Nessa entrevista, o homem cujo o nome conta histórias por si em Cubatão, fala sobre suas decepções, comenta frustrações e revela detalhes das decisões que tomou ao longo de sua trajetória.

Sem fugir de uma só questão, rechaçou o título de marajá e confessou que realmente deixará a cidade em 2013, ao menos enquanto morador. A casa já está a venda e no próximo ano as corridas aos finais de tarde, então feitas na Avenida Beira Mar agora terão para ele um novo cenário.

Arlindo, emocionado refirmou seu amor por Cubatão e deixou claro que será visto constantemente pela cidade. Prometendo não abandonar suas convicções disse ainda que estará presente em 2014 e em 2016 para indicar o que considerar melhor para cidade e mesmo deixando não abandonará aquela que ele chama com orgulho de "minha cidade".

Ouça na integra o programa desta quinta-feira (08/11). *Para uma melhor audição clique em pausar ou abaixe o volume do link "OUÇA AO VIVO" na coluna à direita da página. 


Por Almir Junior 
* Ouça o Pgm. Comunidade em Foco a partir da 9h/manhã em FM - 92,5 ou pela internet aqui no blog.

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